Bruna Betito faz novas apresentações gratuitas do solo VACA em diversas regiões de São Paulo, entre os meses de maio e julho

O universo e a condição da amante, essa figura transgressora e indissociável ao casamento que geralmente é condenada sem direito à defesa, inspira a criação do solo teatral VACA, com direção, dramaturgia e atuação de Bruna Betito.

Com estreia em 2023, VACA foi apresentado, além da capital paulista, pelas cidades do interior, participando de festivais como o Festivale (São José dos Campos), Semana Luiz Antônio Martinez Corrêa (Araraquara) e em outros estados como Brasília- DF e em Natal- RN no Festival Casa Tomada, totalizando mais de vinte apresentações.

O espetáculo, agora volta à cidade e ganha várias apresentações gratuitas em diversos espaços de São Paulo, entre os meses de março e julho. Além disso, a artista organiza uma série de encontros públicos online com outras artistas e pesquisadoras para discutir questões que norteiam o trabalho e promove uma residência artística.

No mês de junho também acontece a residência “Biografemas na cena amorosa”, com duração de cinco dias, de 9 a 13/6, das 18h30 às 22h, no “O Andar”, espaço cultural que fica na região central. A oficina téorico-prática investiga formas de trazer a autoficção para a cena, utilizando como estudo as obras de Annie Ernaux e Roland Barthes. No último dia de oficina, haverá uma abertura pública com as cenas desenvolvidas pelos participantes. A residência é gratuita e a inscrição será por meio de formulário de inscrição, disponível no instagram @brunabetito.

A dramaturgia

O solo VACA parte da autobiografia da própria atriz e autora do texto, mas, já de início, essas experiências são deslocadas para um universo onírico, surreal e mitológico, a partir dos sonhos dela com o Apocalipse, que são narrados e dramatizados, misturando realidade documental, ficção e uma dose de sarcasmo.

Em cena, a performatividade, a dança, o recurso de materiais e situações que presentificam a atriz e o público num jogo interativo e irrepetível também são pontos essenciais para a criação cênica e dramatúrgica. Exemplo disso é o estabelecimento de uma espécie de santa ceia, que, na verdade, se transforma em um fórum, no qual o público é convidado a discutir sobre “infidelidade” de forma anônima. Nesse sentido, trata-se de uma dramaturgia na qual a presença do público soma sentidos e conteúdos para a obra.

Além da referência autobiográfica, a criação dramatúrgica utiliza-se de outros autores como inspiração, entre eles Gustave Flaubert com sua “Madame Bovary”; Elisabeth Abbot com seu compêndio “Amantes: uma história da outra”, que retrata a biografia de várias amantes desde a Antiguidade até os anos 60; e Esther Perel com seu “Casos e Casos”, um diário de psicoterapia com casais que passaram por situações de infidelidade.

Outras referências importantes são o universo da mitologia grega com suas histórias de amor e traição, em especial a história do triângulo Zeus-Hera-Io (também retratada na peça “Prometeu Acorrentado”, de Ésquilo). Nesse mito, Hera, transforma a amante de Zeus, Io, em uma vaca branca. E por último, a Bíblia, que possui histórias, parábolas e mandamentos muito precisos a respeito deste tema.

Foto: Camila Rios

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Eu sou a Le Ferrarez. Viciada em música, amante de cinema, consumidora da cultura sertaneja e apaixonada pelo mundo geek. Série preferida: Friends Saga preferida: Star Wars Bandas preferidas: Imagine Dragons e RBD