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Cinema

As Histórias De Meu Pai: filme de Jean-Pierre Améris traz pai mitomaníaco pelo olhar do filho

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Recorte do pôster oficial de As Histórias de Meu Pai

Protagonizado por Benoît Poelvoorde, As Histórias De Meu Pai estreia em 09 de fevereiro

Em um misto de drama e comédia, filme de Jean-Pierre Améris traz como protagonista um pai mitomaníaco (pessoa que tem desejo compulsivo de mentir sobre assuntos importantes e triviais, independente da situação) pelo olhar de seu filho.

Sinopse

André Choulans é um homem que tem diversas profissões, e é idolatrado por seu filho, especialmente depois de se tornar conselheiro de Charles De Gaulle. Quando acha que foi traído por ele, pede ajuda ao garoto para matar o general.

Para o pequeno Émile (Jules Lefebvre) seu pai é seu herói. Suas histórias são as melhores do mundo, e suas profissões inigualáveis. O roteiro, assinado por Améris e Murielle Magellan, é baseado no livro de Sorj Chalandon, e traz uma figura peculiar no personagem paterno, André, interpretado pelo aclamado Benoît Poelvoorde (Coco antes de Chanel). O filme tem lugar no começo dos anos 60, e André conta ao filho suas aventuras: como campeão de judô, paraquedista, jogador de futebol, espião, e, em especial, Conselheiro de Charles de Gaulle.

Chega o momento da missão mais importante de André, e ele pede ajuda ao seu filho que deverá se arriscar por seu pai. Mas, e se as histórias do pai forem mentirosas? Esse questionamento fica na cabeça de Émile. A mitomania do protagonista é vista com ingenuidade e algo de lúdico pelo olhar da criança.

Confira o trailer

O cineasta conta que mudou um pouco o tom que tem o livro, aproximando-se também da comédia. “Eu queria que o filme tivesse uma espécie de fantasia que ecoasse a loucura desse pai. Inventar sua vida, às vezes pode ser mais alegre do que a vida real.

O pai não quer destruir seu filho, nem apagá-lo. Ele quer arrastá-la para sua loucura, para um mundo de pura ficção, mas o que acaba sendo perigoso. Tudo isso para não ficar sozinho ali, para ter um amigo. Você precisa de um ouvinte mitomaníaco. Ele aparece como um herói aos olhos de seu filho, que quer fazer de tudo para estar à altura. E a criança não consegue perceber isso, ela não tem as ferramentas.”

Ele aponta que há um lado bastante dramático, sério no filme, sobre um pai que abusa de seu filho psicologicamente.

Poster oficial de As Histórias de Meu Pai

Na verdade existe um medo hoje de fazer o papel de um homem que humilha a esposa e bate no filho. Mas se os atores não estão ali para encarnar a escuridão humana, tudo desmorona. E Benoît faz isso muito bem, pois esta também é a nossa humanidade. E Benoît, sem salvá-lo, o torna humano. O pai é um homem sobrecarregado consigo mesmo e que sobrecarrega aqueles que o cercam. Ele tem medo de não ser ouvido.”

O elenco é formado por Audrey Dana, Martine Schambacher e Nicolas Bridet. A produção é assinada por Olivier Delbosc (8 Mulheres). Na equipe artística estão Pierre Milon, na direção de fotografia; Quentin Sirjacq, assina a trilha sonora; e Anne Souriau, a montagem.

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Foto de capa: divulgação

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