As Linhas da Minha Mão apresenta uma narrativa íntima sobre arte, loucura e vida, protagonizada pela artista Viviane de Cássia Ferreira
Dirigido por João Dumans, co-diretor do premiado Arábia (2017), As Linhas da Minha Mão chega aos cinemas em 11 de abril, após conquistar o prêmio na Mostra Aurora do Festival de Tiradentes de 2023. O filme surge a partir dos encontros entre Dumans e a artista Viviane de Cássia Ferreira, que compartilha abertamente sua experiência com a arte e a loucura. Produzido pela Katásia Filmes e distribuído pela Embaúba Filmes, o longa mergulha em questões profundas da vida e da mente humana.
Veja o trailer:
“Minha questão em relação à Viviane, minha percepção e fascinação por ela, estão muito relacionadas à clareza e a precisão com que ela é capaz de articular certas ideias sobre a vida e sobre a loucura. Com o seu poder de síntese e de explicação de realidades e estados emocionais complexos. Coisas que me parecem ser bem difíceis de formular. Seja em relação à loucura, à solidão, a questões afetivas e sexuais”, explica Dumans.
Viviane, integrante do núcleo Sapos e Afogados, grupo teatral pioneiro na abordagem de saúde mental no Brasil, abre-se diante da câmera sobre sua jornada com o diagnóstico de Transtorno Bipolar desde os 30 anos. Com leveza e humor, ela discute temas considerados tabus para mulheres maduras na sociedade brasileira, cativando o público com sua autenticidade.
Confira o pôster oficial:
Foto: divulgação
“Fico pensando na depressão como uma senhora fria e triste que vai ao nosso portão todas as manhãs, como diz o verso de uma banda da minha época. Na música, a pessoa sorri e manda ela ir embora. Tenho que fazer esse exercício diário. E cada vez que consigo, a sensação que vem é a de juventude. De que tenho mais vida. Porque a depressão é o polo oposto, é a pulsão de morte. A euforia é uma pulsão de vida, mas não posso ir para lá, nem para cá, tenho que ficar navegando. E, nesse sentido, é importante ter pessoas, afetos a quem eu possa confiar. E dá certo. Normalmente, são pessoas mais jovens que eu. Gosto da força da juventude. Fui mãe muito cedo, aos 16 anos, e isso interfere… Parei tudo e fui criar minha filha. Trabalhei muito. E deu certo. Cada batalha que ganho da doença me deixa tão feliz… Isso me rejuvenesce um tanto.”, conta a artista.
“Para mim, as coisas super se confundem, porque gosto mesmo de trabalhar. Nem me chamo de atriz, me nomeio ‘performer entre arte e vida’. Onde meu trabalho está, há uma verdade muito pessoal, particular e subjetiva. E o contrário também é verdade. Quero que a minha arte reflita isso. Por isso foi muito legal o meu encontro com o João, porque ele se dispôs a isso. O mais quente da interpretação é a própria vida. Isso se confunde o tempo todo, mesmo quando são só memórias. Nossas memórias estão cheias de vida”, confessa a artista.
Dumans também destaca a importância do improviso no filme que, para ele, “significa esse lugar específico da atuação onde a vida e o cinema se confundem.” “Para cada realizador, trabalhar com um não-ator, um ator não-profissional ou um ator iniciante, improvisar, significa coisas diferentes. No nosso caso, o improviso consistia na disponibilidade de estar junto e tentar encontrar alguma coisa que nós ainda não sabíamos o que era.
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Foto de capa: divulgação
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