A gente cresceu ouvindo que o crime não compensa e que o melhor que podemos fazer é nos manter longe das prisões. Mas quando não se faz isso, as coisas ficam bem ruins.
No entanto, alguns casais decidem que o crime compensa sim, e fica até melhor se for cometido unido. E entre os principais nomes desse tipo de história, estão Bonnie e Clyde e Lampião e Maria Bonita. Mas não apenas eles!
Ainda hoje, o crime pode ser um chamariz para casais apaixonados que sentem que, apenas cometendo um crime, são capazes de ficarem juntos. E essa é a história do documentário “À Solta: Amor em Fuga”.
O EFEITO BONNIE E CLYDE
Casey White estava cumprindo pena no Centro de Detenção do Condado de Lauderdale, em 2022, quando conheceu Vicky. Ela era agente penitenciária, que dispunha de um cargo alto no trabalho e era adorada por presos e colegas de trabalho.
Misteriosamente apaixonada por ele, Vicky armou um plano bem elaborado para cumprir a sua última semana de trabalho antes da aposentada. E no último dia de trabalho, ajudou Casey a fugir da prisão.
Mas ela não apenas o ajudou a fugir, ela fugiu com ele. E juntos os dois protagonizaram uma perseguição com os próprios policiais que eram amigos de Vicky. Ao serem pegos tudo veio à tona e todos descobriram que o casal já mantinha uma relação longa e forte, onde o crime era apenas parte da adrenalina.
A CAUSA
Quando a polícia fez as investigações necessárias, foi descoberto que a relação não apenas era longa, como parecia ser mútua. Apesar das afirmações de que Casey era um assassino cruel — afinal ele cumpria pena por assassinato —, os colegas de cela afirmaram que ele parecia estar apaixonado por Vicky e que, quando ele amava, esse sentimento era mesmo intenso.
Vicky, mais velha e solitária, parece a vítima perfeita, mas foi descoberto que grande parte do plano foi elaborada por ela. Então, qual seria a causa?
Por mais bizarro que pareça, “amor” parece ser a única resposta. Ao serem pegos, depois de uma perseguição agitada, Casey passou horas perguntando do estado de saúde da parceira e parecia mais tenso pelo que teria acontecido com Vicky do que por estar sendo levado de volta para a penitenciária.
E AGORA?
O documentário disponível no catálogo da Netflix recria os passos do casal, primeiro como pessoas individuais e depois como um casal fora da lei. O fim da história, inclusive, é contado dentro da uma hora e meia.
A equipe do documento conseguiu reunir colegas de trabalho de Vicky, ex-detentos que dividiram a carceragem com Casey e gravações de áudio dos telefonemas do casal. Tudo num grande desconforto emocional. Afinal, deveríamos ficar felizes pelo amor dos dois ou nos preocupar com o fato de um assassino conseguir a liberdade só por estar em um relacionamento com alguém da polícia?
De qualquer forma, o documentário é cuidadoso e temos a chance de tirar nossas próprias conclusões. Isso sem contar que nada passa do limite, temos a chance de aprender um pouco sobre o sistema carcerário estadunidense e a narrativa não tenta romantizar a situação. É um espetáculo de história, temos que assumir.
Foto de capa – reprodução: Netflix
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