Enquanto as comédias românticas morrem no Ocidente, “Os lucros do amor” mantém a tradição viva no Oriente
Enquanto acompanhamos a morte drástica das comédias românticas e seu novo florescer tímido, que não tem ido longe, nos países asiáticos o romance clichê nunca morreu. E a vantagem disso é a circulação desse tipo de conteúdo por todos os cantos do mundo com o acesso graças a internet.
Nesse ritmo, os países do leste asiático estão dominando o cenário e, para nossa sorte, todo ano somos bombardeados com boas comédias românticas. E em 2024 ganhamos a pérola “Os lucros do amor”, protagonizado por Shin Min A e Kim Young Dae.
Com um enredo nada clichê e um romance de deixar o coração quentinho, a história aborda temas complexos como a adoção de crianças, o abandono familiar, os laços familiares e luto. Tudo em um tom sério, mas com boas doses de humor e espaço para romances quentinhos.
Son Hae Yeong
Interpretada por Shin Min A, Son Hae Yeong é uma mulher calculista e competitiva, que está sempre disposta a ir até às últimas consequências da sua própria dignidade só para conseguir lucro em tudo. Enquanto isso, Kim Ji Wook (Kim Young Dae), não tem um grande emprego em uma empresa como Son Hae Young, mas leva uma vida que se orgulha. Com um coração enorme e segredos emocionais que nem mesmo ele tem acesso completamente, é nela que ele desconta sua frustração para a vida, porque a acha egoísta e fria.
Mas num momento de desespero para conseguir a promoção dos sonhos, ela decide recorrer a ele para ser seu marido de mentira em um casamento de mentira. O problema é que seu ex-namorado trabalha com ela, rouba todas as suas ideias e a deixa doida, mesmo já estando casado com outra colega do escritório.
Com tramas familiares entrelaçadas na relação pessoal dos dois, o romance vai se desenvolvendo de forma muito delicada e sutil, e conquista qualquer um que esteja assistindo.
Famílias complicadas
Son Hae Yeong só é a mulher egoísta que é, porque cresceu em um lar complexo. Mesmo tendo os pais casados e felizes, sempre se sentiu abandonada pela mãe que era mãe adotiva e voluntária para crianças com famílias desfeitas.
Com a perda traumática do pai, ela se afastou ainda mais da mãe e a relação ficou difícil. Enquanto sua mãe a amava e achava que ela poderia ser mais empática com as crianças necessitadas que acolhia, a filha se sentia abandonada dentro da própria casa e se ressentia da ideia de sair perdendo qualquer coisa para qualquer outra pessoa.
E nesse enredo, o público é exposto ao sistema de acolhimento coreano, ao enredo dos orfanatos e ao emocional das crianças nascidas em lares desfeitos e nas crianças nascidas em lares acolhedores. Tudo em uma teia complicada e emocional, que nos faz refletir e empatizar com ambos os lados da história.
O lucro real
O verdadeiro lucro da história é a sua falta de clichê e obviedade da trama. Isso porque é muito comum ver a pessoa fria da relação sendo o homem enquanto a mulher sempre sai como a boazinha da história. Nesse caso, a coisa foge completamente desse roteiro.
Em panoramas bem amplos, descobrimos que tanto Son Hae Yeong quanto Kim Ji Wook podem ser bons e ruins, basta olhar com calma a história dos dois. Isso sem contar os casais secundários…
Nam Ja Yeon (Han Ji Hyun) e Cha Hee Sung (Joo Min Kyung), irmãs adotivas de Son Hae Yeong, também têm seus próprios romances se desenvolvendo e suas histórias pessoais sendo contadas. E ambas são igualmente apaixonantes, complexas e reais. Nada clichê.
Pela perfeição desse kdrama, decidimos que ele vale cinco pipoquinhas. Agora conta pra gente: você já assistiu ou ainda está com ele na listinha?
Foto de capa – reprodução: CineBuzz
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