Cinelet | Right People, Wrong Place: o equilíbrio entre o idol RM, do BTS, e a pessoa de Kim Namjoon

Documentário teve sua pré-estreia na última sexta, 20, no Sato Cinema, na Liberdade

RM: Right People, Wrong Place é um documentário que registra a busca por autenticidade de Kim Namjoon. Líder do famoso grupo de kpop BTS, ele se vê cumprindo seu papel de idol por mais de 10 anos, mas quem é ele sem o BTS? Às vésperas de seu alistamento militar obrigatório e o hiatus do grupo por alguns meses, Namjoon finalmente busca por si mesmo, podendo focar apenas em sua música e, desta forma, o documentário acompanha ele durante parte do processo criativo de seu segundo álbum solo, “Right Place, Wrong Person”, que passeia do jazz ao R&B.

Dirigido por Lee Seok-jun, o documentário leva o telespectador a acompanhar e se apaixonar por uma nova versão de Kim Namjoon, versão essa que parece ser a mais fiel do artista, que diz  finalmente se sentir ele mesmo depois de muito tempo.

RM cita seus companheiros de banda e fala sobre a distinção de produzir com e para o BTS e de fazer um projeto solo. Basicamente, o artista tem suas opiniões sobre o produto que o BTS entrega, mas não é ele quem tem que se preocupar com detalhes da produção. Agora, Kim Namjoon se envolve em cada detalhe, participa do registro de cada arranjo e sonora. É um processo bem íntimo, com uma equipe bem menor do que ele está acostumado e, por se tratar de um álbum que pretende expressar a sua essência, ele é quem toma as decisões mais importantes – claro, contando com o apoio da equipe.

“RM: Right People, Wrong Place” vai além de um registro da realização de um projeto, ele fala da música em si, de sua sonoridade, seus significados; mostra a busca de Namjoon por si mesmo, que tenta expressar, por meio da música, quem ele é. Essa pergunta não fica bem respondida no documentário, mas não parece algo que ele queira apresentar apenas ao público, mas aparenta ser uma busca pessoal.

E se engana quem pensa que o imponente líder do BTS se julga saber mais que todos. Na realidade, vemos um Namjoon sensível, com dúvidas e que tenta se manter fiel a si mesmo em meio aos seus conflitos internos, porque embora seja de fato líder de um dos maiores grupos de kpop do mundo, esta é a primeira vez que todo esforço e trabalho dele são direcionados para algo inteiramente dele.

Para os armys, este é um verdadeiro presente, pois mostra mais da intimidade de RM, e é possível nos sentirmos mais próximos e humanizamos o artista. Somos apresentados a um equilíbrio entre o idol RM e a pessoa de Kim Namjoon, mesmo que ele mesmo talvez ainda não saiba quem ele é.

O documentário é profundo, mas parece estar incompleto. Talvez isso reflita em como o artista se sente, já que sua busca por autenticidade provavelmente também não chegou ao fim.