Cinelet | Suor e Sabonete: uma obra com dois lados complexos

O j-drama Suor e Sabonete é uma obra que merece ser analisada por ângulos muito distintos

Suor e Sabonete é um j-drama que apresenta uma proposta curiosa, muito além do seu nome. Isso porque o drama apresenta Asako (Yuno Ohara) como uma protagonista que sofre de sudorese constante, o que a torna uma pessoa introvertida, tímida e reclusa.

Por uma consequência do destino que ela mesma buscou, Asako trabalha em uma empresa que desenvolve produtos de higiene pessoal e um dos desenvolvedores – e essa é a consequência que ela não tinha planejado – se chama Kotaro (Kanta Sato). Ele desenvolve sabonetes para a empresa, e seu diferencial é que ele tem um olfato super delicado, e por isso é capaz de identificar odores que ninguém mais consegue.

Sendo assim, Kotaro nota Asako pelo seu peculiar odor de suor. Mas não porque ela cheira mal, mas porque seu aroma o atrai de uma forma curiosa. E com o começo de uma relação mais do que bizarra, onde ele deseja cheirar ela para conseguir desenvolver um novo produto, ambos acabam apaixonados.

Suor

Estranha proposta? Sim! Mas o dorama (esse sim dorama, por ser japonês), nasceu de uma ideia que mesmo parecendo absurda, merece um debate. E não é o suor de Asako.

Apesar do apelo sexual imenso do dorama, que já é um padrão de histórias japonesas de comédia romântica, especialmente as baseadas em mangás, o significado do suor é bem claro.

A insegurança, o visual, os traumas… Tudo que conduz a protagonista Asako para esse papel de pessoa que não seria notada em outro contexto é refletido no suor dela. Sua vergonha por ser assim a torna tola em certos momentos, cismada e problemática. Mas ao longo dos episódios ela vai entendendo que isso não é um problema.

Sabonete

O romance é como um sabonete mesmo: só serve para limpar algo estranho da história. Afinal, o romance em si nos soa abusivo em vários momentos, mesmo que Kotaro não pareça ser esse tipo de protagonista, suas intenções iniciais são apenas de usar a Asako e o gosto ruim fica na boca.

Criar um romance em cima disso nos faz pensar que o roteiro poderia ter sido melhor. Melhor que isso seria ele ter ajudado a Asako com suas inseguranças sem se colocar como o necessitado do seu problema.

Em si, os protagonistas não têm nenhuma profundidade, os demais personagens também são fracos e sem muito o que mostrar, e isso nos leva ao ponto de que a trama parece oca demais para se notar necessidades de debate, que realmente estão ali. Mesmo que não tão bem evoluídas.

Opinião da Redação

Foto: divulgação/VIKI

O dorama é bom em vários momentos, nos fazendo refletir sobre protagonistas femininas que ainda são vítimas de si mesmas por culpa de traumas e dores. Assim como nos faz refletir sobre as intenções masculinas em relação a moças assim, que se mostram frágeis.

Com personagens mais ocos e nada maldosos, o drama perde um pouco a credibilidade, porque parece que a fase cruel do ser humano é exclusiva da infância, e isso tira a força de uma história que poderia ultrapassar seu nome tolo e falar sobre pessoas reais.

O exagero dos sintomas de Asako também é um problema, porque nos faz ter pouca ou quase nenhuma simpatia por ela. Especialmente porque tudo parece bobinho demais para contextos que são adultos demais. E é por isso que Suor e Sabonete recebe três pipocas, afinal é complicado debater sobre assuntos sérios quando tudo parece vão demais no resto da trama.

Você acha que merece só isso de pipocas? Já leu os mangás que inspiraram a trama? Conta pra gente aqui nos comentários ou no nosso Instagram. E aqui no site você fica por dentro de todas as novidades do universo do entretenimento.

Foto de capa: divulgação/VIKI