Um Pequeno Grande Plano nos lembra que o mundo talvez não tenha amanhã, e também nos lembra que adultecer pode ser um crime
Com um roteiro um pouco confuso no início, Um Pequeno Grande Plano mostra para que veio durante o decorrer da história.
Joseph Engel encarna Joseph, um adolescente espirituoso que tem o sonho de salvar o mundo dos desastres do aquecimento global. E, para isso, se envolve em uma delegação de jovens que buscam ideias que sejam capazes de mudar o futuro.
A trama começa quando seus pais, Abel (Louis Garrel) e Marianne (Laetitia Casta) descobrem que Joseph vendeu vários itens caros de sua casa. Coisas como vinhos de coleção, um colar de pérolas, livros raros escritos por seu avô e os relógios de seu pai são alguns dos itens vendidos pelos jovem. Tudo de forma muito assustadora para os adultos no começo da história.
Com o decorrer da trama, entendemos onde Joseph queria chegar…
Adultescência

Ser adulto nos torna preguiçosos e acomodados, e Joseph surge no ápice de sua juventude para questionar isso em seus pais. Ele é o responsável por perguntas do tipo: “mas vocês não se incomodam com o planeta que vão deixar para nós?”
E são respostas que não chegam exatamente. Assim como sua percepção de valores se prova distinta. Ele questiona os pais a razão do escândalo pelos vinhos, relógios, joias e roupas vendidas. Qual o drama se são os vinhos que eles nunca bebem? Qual a crise se são as joias e roupas que nunca usam?
E essa é a primeira reflexão da história: quando deixamos de ser crianças idealistas e nos tornamos adultos acumulativos e cheios de status?
O amanhã não virá

Com todo o questionamento inicial, a jornada da obra segue pelo ponto principal do seu roteiro: o planeta.
Em um debate constante sobre as capacidades humanas perante o desespero que o planeta Terra tem entrado, descobrimos como as relações podem ser sensíveis. Uma esposa cansada da displicência do marido, um filho frustrado com o relaxo dos pais, um marido acomodado em seu estilo de vida caro. E a juventude que escapa pelos dedos.
O colapso inevitável do planeta é uma óbvia consequência da nossa falta de senso social e ambiental, mas também é um reflexo das nossas relações pessoais. Se somos incapazes de cuidar de nós mesmos e de quem amamos, como seremos empáticos com o ambiente ao nosso redor?
Opinião da Redação

A frustração é imensa, é Um Pequeno Grande Plano é um filme que pode ser debatido em vários tipos de graus e importâncias. Incluso o papel feminino e a busca pela liberdade. Mas ficar apenas criando parênteses pode nos prender em um debate eterno.
Por outro lado, vale lembrar que o roteiro se perde bastante no fluxo de ideias, e isso causa muita frustração para quem gosta de uma obra linear.
Finalizando um raciocínio óbvio: Um Pequeno Grande Plano é um ótimo filme, mas poderia ser melhor. E é por isso que ele recebe quatro pipocas hoje.
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Foto de capa: divulgação
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