Não é de hoje que os aficionados por mangás de terror têm na DarkSide Books um verdadeiro celeiro de pesadelos. Desde que Junji Ito entrou para as galerias da Caveira, a nossa sede por histórias transgressoras, surrealistas e enervantes em quadrinhos só aumentou.

E a coleção de horrores do mangá acabou de ficar ainda mais insana com o lançamento de Gaia. A estreia marcante de Asagi Yaenaga traz uma visão singular sobre o equilíbrio da vida e da natureza, inspirada na teoria da autorregulação da Mãe Terra, conceito conhecido como a Hipótese de Gaia.

Em seu processo criativo, Yaenaga valeu-se de influências de técnicas de desenho usadas por Junji Ito e Suehiro Maruo para acentuar o estado emocional dos personagens e a atmosfera de horror. Com uma temática ousada, o trabalho do mangaká é a leitura perfeita para quem já se deixou capturar pelo trabalho de Ito e de Shintaro Kago, mestre do ero-guro e autor de Pedacinhos e Anamorfose, também publicados pela DarkSide®.

Se você já se impressionou com esses dois mangás, além de Fragmentos do Horror e Contos de Horror da Mimi, de Ito, temos três motivos para conhecer o trabalho surrealista de Asagi Yaenaga em Gaia:

1. Riqueza de detalhes

Quem conhece o trabalho de Junji Ito já está bem familiarizado com o uso forte de contrastes entre luz e sombra. O mangaká traz um traço realista, com ênfase no grotesco e no horror corporal. De maneira semelhante, Shintaro Kago traz o caos para sua arte, muitas vezes fragmentada, e com elementos surreais e experimentais que variam do realismo a distorções que lembram caricaturas.

Tal qual os dois mestres conhecidos dos DarkSiders, Asagi Yaenaga confere um alto nível de detalhamento, com traços meticulosos que intensificam a atmosfera de horror. Suas ilustrações fazem o uso fino e intrincado da caneta, evocando uma sensação de beleza sombria e surreal.

2. Surrealismo e desconforto psicológico

Gaia é uma obra que explora o horror abstrato e a relação entre a humanidade e a natureza, com narrativas que muitas vezes podem ficar abertas à interpretação. Em seus trabalhos, o autor evoca um terror existencial e contemplativo.

Esse tipo de desconforto psicológico também é muito bem trabalhado por Junji Ito, cujas histórias trazem forças inexplicáveis e o colapso da sanidade dos personagens diante do desconhecido. Indo pelo caminho do ero-guro, Shintaro Kago brinca com a própria estrutura do mangá ao trazer narrativas carregadas de violência, erotismo e humor ácido.

3. Atmosferas inquietantes e narrativas originais

Embora as histórias de Junji Ito costumem trazer narrativas bem estruturadas, o autor desafia a percepção do leitor com suas atmosferas inquietantes. Já Asagi Yaenaga e Shintaro Kago costumam explorar formatos mais abertos e não convencionais.

O autor de Gaia, por exemplo, aposta em narrativas mais abstratas e simbólicas, sem muitas explicações, deixando a interpretação para o leitor. Outro adepto de narrativas não convencionais é Shintaro Kago, que muitas vezes não segue estruturas lineares, quebra a quarta parede ou utiliza o experimentalismo gráfico.

Todo o impacto dos mangás de terror

Se você sentiu o impacto de Fragmentos do Horror e Contos de Horror da Mimi, vai se interessar pelo horror visualmente impactante de Gaia e pela atmosfera de pesadelo construída por Yaenaga. Embora ele seja um pouco mais abstrato que Junji Ito, ambos compartilham o uso de imagens perturbadoras e uma abordagem mais filosófica do horror.

Fãs do ero-guro de Pedacinhos e Anamorfose vão ficar fascinados pela experimentação visual e pelo desconforto psicológico deste lançamento DarkSide Graphic Novel. De maneira semelhante a Shintaro Kago, Asagi Yaenaga trabalha com maestria distorções e atmosferas surreais semelhantes.

Com um estilo único dentro do horror japonês, Asagi Yaenaga é uma descoberta obrigatória para os DarkSiders que já são fãs de Junji Ito e Shintaro Kago. Afinal, todo cantinho Dark que se preze sempre tem espaço para um pouco mais de horror surreal e perturbador dos mestres.