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Fim: Fernanda Torres antes do Oscar

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O livro “Fim” foi a estreia de Fernanda Torres na literatura, e antes da indicação do Oscar, provamos que ela merecia atenção no cenário literário

Do lado de cá, adoramos Fernanda Torres. Seja atuando ou escrevendo. E escrevendo porque Fernanda Torres lançou a obra “Fim”, em 2013.

Perseguindo a história de um grupo de cinco homens cariocas, o livro reflete o céu da classe média do Brasil, brinca com nossa rotina familiar tão latina e ilumina cenários do Rio de Janeiro pelos olhos de uma moradora, não uma turista.

Cheio de brasilidades que amamos, “Fim” foi a estreia mais deliciosa que vimos em anos. E como tal, colocou nossa Nanda no universo literário. E antes de chegar o Oscar, queremos que você leia essa obra prima. Então vem!

NARRATIVAS BRASILEIRAS 

Capa do livro “Fim” – reprodução: Estante Virtual

Álvaro, Sílvio, Ribeiro, Neto e Ciro são figuras do nosso cotidiano, como um todo; como sociedade. Podem ser nossos pais, irmãos, maridos e filhos. Podem estar há uma porta de distância…

Nessa mesma ordem de narração, a obra conta os pontos de vista de todos eles sobre suas vidas ordinárias. Os trabalhos, os filhos, as escolhas mal feitas e, como o título sugere, o fim.

E é nesse tipo de narrativa que descobrimos que Nanda Torres é muito mais do que apenas uma estudiosa da arte de atuar. Ela se destaca lindamente em sua estreia, justamente porque descobrimos que ela é uma observadora impecável.

Suas percepções feitas por seus personagens nos transportam para questionamentos sociais e pessoais. Passamos o livro todo tentando descobrir porque as pessoas agem como agem…

NA PELE DE MULHER

Enquanto descobrimos o quinteto de amigos de juventude, desbravamos as mulheres que os cercam. Suas esposas — e no caso de Neto, sua irmã — também nos contam uma história nova.

Com muita sutileza, a narrativa abre espaço para as esposas contarem suas versões dos fatos. Revelam momentos das conquistas, dos casamentos e dos divórcios (no caso das personagens que se divorciaram). As vidas brasileiras são esmiuçadas com esmero, com uma sinceridade perturbadora.

É na pele dessas mulheres que Torres nos permite abrir parâmetros de críticas sociais… Como mulheres, aceitaríamos essas situações? Tomaríamos as mesmas atitudes? Abriríamos mão? Como mães, seríamos assim nessas situações?

A amplitude da vivência feminina é ainda mais visceral na obra. Mas tudo de forma muito sútil. Quase não sentimos as transições de dores entre os cônjuges, não somos capazes de entender qual é a linha tênue que os une, nem a que os separa.

ACIDEZ CÔMICA 

É um prazer poder ler algo que une acidez com hilariedade. O equilíbrio de ambos é perfeito!

Enquanto cenas trágicas nos parecem ácidas, nos fazendo sentir gosto de fel na boca, alguns pontos de vista soam engraçados por tão rotineiros. O hábito corriqueiro de lermos essa perspectiva ampla de ideias parece até um alívio.

Fernanda Torres usou as suas características mais populares na internet para conquistar uma prosa perfeita. Adoramos isso, óbvio! Porque o lado disso que nos agrada é igualmente óbvio: tem a essência brasileira atrelada a ideia.

Em momentos específicos, sentimos como se fôssemos parte da história. Dá para se ver sendo parte da vizinhança deles ou parte da turma de amigos antes da debandada do tempo. É uma narrativa sensível e real.

“Fim” é a obra perfeita para entender Fernanda Torres, nossa Nanda, antes do Oscar. Ganhando ou não (e esperamos que ganhe), ela já conquistou muito mais do que isso. E, na literatura, deixou sua marca já com sua estreia.

Foto de capa – reprodução: YouTube

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