Leleu | Os gatos do Café da Lua Cheia: café, gatinhos e magia

O livro japonês que une tudo que a geração millennial ama e que nos fez querer mais

“Os gatos do Café da Lua Cheia” lançou no Brasil no ano passado e chegou de forma tímida às livrarias. Mesmo com os impactos sociais da cultura asiática do lado de cá dos oceanos, o livro fez movimento nas redes sociais mas não se equiparou com livros vindos da Coreia do Sul.

Mas só porque, aqui no Brasil, o reconhecimento da cultura importada do Japão ainda está muito baseada na cultura dos animes. E com a literatura japonesa chegando aos poucos por aqui, tudo ainda é tímido. Mas não deveria!

O livro reúne muito do que a nossa cultura — e geração — já adora naturalmente. Por si só essa já deveria ser uma ótima propaganda, mas não foi exatamente assim… Mesmo assim, hoje queremos te contar nossas impressões do livro. Vem!

UM PASSADO

Unidos por causa de um grupo de gatinhos desamparados, um grupo seleto de pessoas espalhadas pelo Japão têm as vidas cruzadas em uma trama interessante… O café não tem endereço fixo, mas misteriosamente aparece para quem mais está precisando de uma luz na vida, e que seja parte desse grupo de pessoas que salvou os gatinhos.

Entre as pessoas capazes de achar o Café da Lua Cheia, temos uma roteirista falida, uma atriz envolvida em uma polêmica, uma produtora de TV durona, uma cabeleireira recomeçando e um programador CEO. Todos eles precisando encontrar eixos profissionais para suas vidas atuais, e é isso que é servido no Café da Lua Cheia.

Na verdade, o estabelecimento serve explicações sobre o mapa astral de cada um, baseados nos signos ocidentais, e com isso os ajuda a estabelecer novas formas de trabalhar e conectar suas metas pessoais com a carreira. Tudo muito bem ajustadinho.

A PARTE QUE FALTA

Mesmo com toda a fofura dos enredos pessoais das personagens, a história apresenta algumas falhas…

As ilustrações são poucas e são concentradas com detalhes apenas no começo, os mapas astrais que são debatidos não são realmente explicados e as poucas explicações são exatas em certos pontos, mas vagas em outros. E as delícias servidas no café são meramente ilustrativas, porque nenhuma delas ganha algum tipo de descrição que permita uma recriação no mundo real.

O trágico é que a obra oferece muito do que uma boa alma millennial ama: gatinhos, café e magia. Mas tudo isso se perde em um roteiro pouco confiável e muito aberto à interpretação. É como se pudesse ser um livro muito maior, mas na hora de escrever, Mai Mochizuki tivesse perdido o fio da meada.

HAYAO MIYAZAKI

Mesmo com a baixa na qualidade de extensão na história, a leitura rende pensamentos profundos sobre a vida e nos faz analisar calmamente pontos sobre nós que não tínhamos visto antes. Até mesmo no âmbito social.

Algo na obra nos faz pensar em uma produção audiovisual, e automaticamente pensamos em Hayao Miyazaki, que tem uma vibe acolhedora e faria um grande filme usando a história do livro de inspiração. Coisa que ele já fez antes, com alguns dos seus filmes mais famosos.

“Os gatos do Café da Lua Cheia” criam vida na nossa cabeça durante a leitura, e fica fácil imaginar um contexto maior e mais colorido, talvez seja isso que tenha feito a experiência da leitura parecer tão fraca… Mesmo assim, damos três livrinhos para a obra, que poderia ser melhor, mas desse jeitinho simplista já nos conquista.

E você: já leu o livro? Tem curiosidade de conhecer a obra? Vem nos contar!

Foto de capa – reprodução: Amazon

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malluamabili


Amante de arte, literatura e música. Escrevo uns romances por diversão e faço nail arts por amor.