Jack El-Hai, respeitado jornalista com especialidade em história, mergulha no mundo pós-Segunda Guerra Mundial pelos olhos do psiquiatra Douglas M. Kelley e o estudo dos prisioneiros alemães em seu livro O nazista e o psiquiatra, que ganhará uma nova edição pela Editora Planeta. Lançada no Brasil pela primeira vez em 2016, a história tem um novo fôlego com a chegada iminente de sua adaptação para as telas, que será estrelada por nomes como Russell Crowe e Rami Malek.

Em 1945, após ser capturado pelos Aliados ao fim da Segunda Guerra, o marechal do Reich Hermann Göring foi levado com outros cinquenta e um nazistas a um centro de detenção, à espera do Julgamento de Nuremberg. Para garantir que os cativos estivessem a responder por seus crimes, o exército dos EUA enviou o capitão Douglas McGlashan Kelley, um psiquiatra ambicioso, a fim de supervisionar o estado mental dos prisioneiros durante a detenção. Vendo ali uma oportunidade única em sua carreira, Kelley começou uma busca perigosa e profunda para que pudesse encontrar um traço psicológico distintivo entre esses criminosos de guerra. Por conta de seus terríveis atos, seriam eles mais ou menos humanos que o restante da humanidade?

A resposta dessa pergunta – e, principalmente, todo o processo que levou a ela – é o relatado nesta obra, recheada de um material rico proveniente das interações entre o psiquiatra e os prisioneiros, em especial Göring. El-Hai teve acesso aos papéis e registros médicos de Kelley e expõe eles com exclusividade no texto, a fim de mostrar os perigos da aproximação entre o doutor e seus pacientes.

“O Dr. Douglas M. Kelley tinha livre acesso para estudar a mente dos homens capazes das maiores monstruosidades de que se tinha notícia e, com isso, tentar identificar traços que os distinguissem do resto da humanidade.”