Prepare-se para se encantar com Minha Vida é um K-Drama, novo livro da Intrínseca para fãs de histórias adolescentes

Autora curitibana Gaby Brandalise narra as aventuras de uma adolescente que cria um plano mirabolante para aprender a beijar em Minha Vida é um K-Drama

Talita tem um grande segredo: aos catorze anos, ela ainda não deu seu primeiro beijo e não tem a menor ideia de como fazê-lo. Sua brilhante ideia para resolver essa tragédia é o ponto de partida do hilário livro Minha Vida é um K-Drama, de Gaby Brandalise, que estreia como autora pela editora Intrínseca em agosto. A obra é um prato cheio para jovens conectados, repleta de referências à cultura pop, incluindo menções a artistas, músicas, filmes e, claro, séries coreanas, que ajudam a compor a personalidade da protagonista — uma adolescente inteligente, engraçada e (um pouco) dramática.

“O fato de eu nunca ter beijado me atormentava cada vez mais. Eu andava pelo colégio como se todo mundo fosse vegetariano e eu estivesse escondendo uma picanha malpassada embaixo da camiseta. (…) E, assim que a picanha caísse no chão, mais pessoas me cercariam, apontando, rindo, espumando frases como ‘Talita, você me dá pena’. E minha vida chegaria ao fim.”

Sempre reclamando da falta de reviravoltas em sua vida, Talita é surpreendida por uma quando Gustavo, seu crush, a convida para a Festa de Inverno da escola. Embora considere o evento meio idiota, ela vê ali a chance perfeita para dar seu tão sonhado — e temido — primeiro beijo. Mas, para isso, Talita quer garantir uma boa performance. Inspirada por um k-drama recomendado por uma amiga, onde o beijo dos protagonistas é lento, delicado e apaixonado, ela decide fazer uma proposta ao único aluno coreano da escola, o tímido Joon: ele a ensina a beijar, e ela o ajuda a melhorar suas notas em Artes.

Os dois, que inicialmente trocam farpas, acabam se aproximando durante as aulas, e Talita descobre que há muito mais em Joon do que ela imaginava. Aos poucos, ela desconstrói estereótipos sobre a cultura coreana e sobre o garoto. Com isso, cresce o desejo de que as aulas de beijo saiam do campo teórico para algo mais prático. A surpresa com o que começa a sentir por Joon a faz questionar quem deveria ser seu par na festa.

Além do coração dividido entre dois pretendentes, Talita enfrenta outros desafios: a rivalidade com Poli Pamela (a influenciadora digital da escola), o ciúme de uma amiga fascinada por Joon e o complicado divórcio dos pais. Ela também se esforça para agradar a mãe, uma péssima (mas bem-intencionada) cozinheira, que está sempre inventando pratos novos e jamais entenderia a obsessão da filha por séries adolescentes sem pé nem cabeça, com atores caricatos de trinta e poucos anos, vídeos de tiragens de tarô e pelo TikTok.

Narrado em primeira pessoa, como se fosse um diário, Gaby Brandalise dá uma voz leve, sincera e incrivelmente atual à sua protagonista. A história é escandalosamente engraçada e emocionante, cativando jovens leitores — e aqueles que desejam entendê-los. Com uma abordagem empática, Brandalise explora os dramas, desejos e aprendizados de Talita, pintando um retrato fiel da turbulenta adolescência contemporânea. Afinal, as gerações podem mudar (X, Y, Z…), mas uma verdade permanece suprema: é difícil ser uma garota.