Cinema
7 conteúdos LGBTQIA+ para consumir fora do Mês do Orgulho
Se você acha que o Mês do Orgulho é a única data possível para consumir conteúdo LGBTQIA+, a gente prova que não
A gente fala sobre as causas dos grupos LGBTQIA+, mas geralmente só exaltamos suas histórias no Mês do Orgulho.
Para quebrar esse padrão e te lembrar que temos que reviver essas histórias todos os dias, para sempre aprendermos mais e valorizarmos cada uma dessas lutas, nós vamos te lembrar de 7 conteúdos incríveis que você precisa consumir. Seja antes, durante ou pós o Mês do Orgulho.
Nossa listinha tem para todos os gostos! Só vem:
Livro: Leah Fora de Sintonia (Becky Albertalli)
O livro é parte da sequência de histórias que Becky Albertalli escreveu sobre Creekwood.
Começando com o livro Simon vs. a Agenda Homo Sapiens – que virou o filme Com Amor, Simon -, a sequência de histórias aborda diversas sexualidades e questões da adolescência.
O livro de Leah conta a vida amorosa da melhor amiga de Simon, e abre as portas sobre as questões da bissexualidade. Para quem acha que não existe isso: pensou errado!
O livro carrega o humor ácido da autora sobre questões óbvias, brinca com a existência de personagens que já conhecemos e amamos, e ainda oferece um romance bissexual de aquecer o coração.
Livro: Cinco Júlias (Matheus Souza)
Escrito por Matheus Souza, responsável por dirigir e roteirizar Me Sinto Tão Bem com Você e Ana e Vitória, o autor lançou Cinco Júlias em 2019.
A obra aborda uma pane mundial que aconteceu nas redes sociais e em como todas as informações e conversas, antes privadas, se tornaram públicas em menos de cinco minutos. Com o caos instaurado, cinco jovens se encontram em um cenário catastrófico de destruição social.
Viajando do Rio de Janeiro para São Paulo, em um carro velho e com personalidades completamente opostas, o livro aborda uma relação lésbica de perto. Também debate o peso de lidar com a própria sexualidade dentro de uma família cheia de preconceitos e sistemas tradicionais.
Livro: Orlando (Virginia Woolf)
Autora renomada da década do início do século XX, Virginia Woolf nunca foi de mascarar sua sexualidade.
Mesmo tendo vivido no fim do século XIX e início do XX, e apesar do casamento heterossexual que teve durante toda a vida, Virginia era bissexual. Teve um caso, inclusive, durante os anos 1920, com sua amiga poetisa Vita Sackville-Wast. Esse caso, inclusive, tem algum destaque em sua obra Mrs. Dalloway.
Falando abertamente sobre relações nada heteronormativas em seus livros, Virginia é responsável por Orlando. O livro acompanha a vida de uma pessoa que flui entre os sexos. Ora vista como mulher, ora vista como homem, essa pessoa se chama Orlando e transita com sensibilidade e beleza no universo não-binário. Ou seja: Orlando é queer. Aquele Q, que geralmente as pessoas fingem não ver na sigla LGBTQIA+.
Filme musical: The Rocky Horror Picture Show (1975)
Parte da cultura underground londrina, a peça musical chegou ao grande público no filme de 1975. Com interpretação de Tim Curry e o carisma de uma história muito bem escrita, a obra teve destaque até mesmo no livro As Vantagens de Ser Invisível.
O roteiro conta a história de Frank N. Furter, um cientista alienígena que mora em uma mansão antiga e com aspecto abandonado.
Entre todos os questionamentos sexuais da trama, o foco fica no protagonista. Interpretando uma figura bissexual, Tim Curry passa o filme atendendo pelo reconhecimento masculino, mesmo que se vista com roupas consideradas femininas. Mas o repertório musical não deixa dúvidas: Frank N. Furter é transsexual.
Livro: Robô Selvagem (Peter Brown)
Apesar de ser um livro tido como infanto-juvenil, Robô Selvagem é uma obra de arte que cativa todas as idades. E a causa dessa maravilha – que também acontece com livros como O Pequeno Príncipe e Harry Potter -, é o contexto da narrativa.
Na trama, a robô Roz se perde em um naufrágio de navio de carga, e acaba indo parar no meio de uma ilha deserta. Programada para se adaptar a qualquer situação e ligada por acidente graças a um animal da ilha, Roz ganha vida em uma sociedade que não a entende.
Em uma ilha habitada unicamente por animais e com sua própria sociedade genética, Roz não parece fazer sentido naquele contexto. Isso até ela adotar um passarinho como seu filho.
Sabemos! A narrativa parece inocente e talvez um pouco confusa, mas para uma criança o livro é lúdico. Enquanto para um adulto, o livro explora uma das letras A da sigla LGBTQIA+. Podemos usar a obra para entender a assexualidade. Pessoas sem interesses sexuais, mas capazes de desejarem a responsabilidade de criar uma criança ou viver em família. Assiste a Rita Von Hunty para entender isso um pouco melhor…
Filme: O Segredo de Brokeback Mountain (2005)
Para representar o G da sigla, por que não trazer de volta esse clássico?
Em O Segredo de Brokeback Mountain, Jack (Jake Gyllenhaal) e Ennis (Heath Ledger) se conhecem ao serem contratados para trabalhar na Brokeback Mountain. Lá, isolados do mundo sob seus pés, dividindo comida e abrigo, a dupla descobre uma atração incontrolável.
Destinados a viver sempre em segredo, levando em conta o lugar que vivem e o tempo em que a história se passa, o amor do casal é visceral e nos transporta para uma realidade assustadora: a da solidão homossexual dentro de uma sociedade forjada pelo preconceito.
Filme: As Vantagens de Ser Invisível (2012)
Quando a sigla LGBTQIA+ começou a se estender e passou a incluir o A de aliados ao debate, todo mundo se perguntou o que isso seria. Bom, para simplificar: aliados são as pessoas que aceitam abrir o peito e lutar pela igualdade de sexualidade e gênero junto das pessoas que estão recebendo o preconceito mais pesado.
E para te lembrar de que nem todo mundo vira as costas e julga, escolhemos o filme As Vantagens de Ser Invisível para se aliar à causa.
Patrick (Ezra Miller), o novo melhor amigo de Charlie (Logan Lerman), é assumidamente gay. Mas a situação não é assim com o seu parceiro, Brad (Johnny Simmons), que se esconde atrás da imagem de machão que a família e a sociedade cobram dele. Charlie é um aliado. É um defensor inquestionável sobre a liberdade do amigo e abraça a defesa do seu corpo quando fazem chacota dele na escola.
A discussão sobre os corpos LGBTQIA+ é imensa, a sigla não para de crescer, e a gente se une ao discurso de amor e igualdade para te lembrar que não temos que consumir conteúdo baseado no tema apenas durante o Mês do Orgulho.
Vamos visibilizar histórias como essas. Dar voz aos corpos constantemente silenciados e lembrar que todos fazemos parte desse sistema. Então vêm acompanhar sempre mais conteúdos como esse aqui no Le Ferrarez. E no Instagram você fica ainda mais informado.
Foto de capa: divulgação
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