Amor & Gelato abraça a previsibilidade de roteiro, e esquece o seu livro homônimo 

Amor & Gelato, conta a história de Lina (Susanna Skaggs). Nascida Carolina, a protagonista é filha de mãe estadunidense e pai italiano. E é justamente esse o começo da nossa sinopse…

Depois da morte da mãe, Lina se vê obrigada a viajar à Itália. Lá ela conhece Alessandro, um típico bad boy riquinho, que se empenha em criar problemas. Fora isso, ela conhece Francesca (Valentina Lodovini) e Howard (Owen McDonnell), grandes amigos de sua mãe.

Com a ajuda do diário que a mãe lhe deixou, Lina passa a descobrir a sua própria Itália. Conhece a melhor amiga da mãe e faz amizades interessantes. E o principal: descobre tudo sobre seu misterioso pai.

Gelato é o que não falta!

Em Amor & Gelato, as paisagens italianas dominam a tela, somado ao idioma que surge em vários momentos. O filme se empenha em apresentar visões típicas do que já esperamos do país: famílias amáveis e recantos românticos.

O foco da trama ganha espaço na cozinha local, que coloca um dos protagonistas como um apaixonado por culinária. E o gelato italiano está sempre presente, representando seu papel para momentos de crise.

Roma se abre nesse filme, e não tem como não amar isso na história.

Triângulo amoroso e a questão parental

Sabemos que provavelmente você está sem paciência para triângulos amorosos, mas a história segue por aí.

O novo filme da Netflix, Amor & Gelato, não foge do padrão do que a plataforma costuma oferecer ao público jovem nos últimos anos, e repete a fórmula. Mas dessa vez, o triângulo amoroso é confuso, e faz Lina dançar entre Alessandro (Saul Nanni) e Lorenzo (Tobia de Angelis).

Com relação a paternidade de Lina, a descoberta não tem tanto impacto como poderia. É bem triste ver como o plot que a gente esperava, morreu com facilidade em um roteiro mal feito.

Mas e o livro?

Amor & Gelato tem seu roteiro inspirado no livro homônimo, escrito por Jenna Evans Welch. Na versão literária (pública no Brasil pela editora Intrínseca), a jornada de Lina é um pouco diferente.

A verdade é que é quase impossível reconhecer a história, e comparar as duas, se caso você assistiu o filme depois de ler o livro. O termo baseado, usado pela própria Netflix, faz jus ao que vemos em tela.

Muito da relação familiar que a Lina do livro cria com Howard some no filme. Também temos uma questão, colocada pelo pessoal do roteiro, sobre o Lorenzo ter duas mães e ter um debate sobre homofobia. A verdade é que o filme parece tentar empurrar uma representatividade por aprovação do público.

Opinião da redação

Sejamos sinceras aqui: o filme prometeu tudo e não entregou nada.

Para o filme Amor & Gelato funcionar, ele precisa ser desassociado do livro, o que é bem difícil de fazer. A história em si acabou parecendo só uma fórmula do que já tem funcionado para a Netflix no quesito de filmes jovens.

Com personagens bem pouco desenvolvidos, um romance que não nos cativa nem um pouco, e um roteiro um tanto quanto confuso, a obra não agrada tanto.

Para uma tarde de tédio? Serve bem. Tem clichês interessantes para aquecer o coração, mas não passa muito disso.

O filme não é ruim, mas teve uma divulgação imensa e muita promessa, então isso desanima quando vemos que a trama não se desenvolve como poderia. 

Trocaram nomes de personagens, personalidades inteiras – inclusive da própria Lina -, e ainda esqueceram de aproveitar as duas mães de Lorenzo, porque colocaram o tema na roda, mas não debateram isso de verdade. Por isso, na nossa escala de pipocas, Amor & Gelato ganha dois saquinhos de pipoca.

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Foto de capa: divulgação