Leleu | Pageboy: confira o que esperar sobre a biografia de Elliot Page - Le Ferrarez
Connect with us

Leleu

Leleu | Pageboy: confira o que esperar sobre a biografia de Elliot Page

Publicado a

em

Pageboy

Nossa redação leu sobre uma das mais recentes biografias lançadas e te dá detalhes sobre o que esperar de Pageboy: Memórias de Elliot Page

Um dos livros mais recentes lançados no Brasil pela Intrínseca é a biografia do ator canadense Elliot Page, mas essa obra tem uma vertente diferente dos livros biográficos que estamos acostumados a ver. Nesse, Elliot foca sobre momentos da sua vida em que ele teve que lidar com sua sexualidade e gênero. É perceptível como desde criança Elliot já se identificava como menino e via que, mesmo que seu corpo biológico era feminino, ele não se encaixava no padrão imposto socialmente e no que era esperado dele pelos outros.  

Em vários momentos é possível ver como Page teve que lidar com seus romances e como era difícil para ele se abrir romanticamente com outras mulheres. Aliás, elas fazem grande parte da história do ator que conta desde a suas paixonites de criança na escola, até o momento em que deu seu primeiro beijo em uma garota em uma boate LGBTQIA+. 

A questões sobre o seu gênero também são bem comentadas como quando ele é obrigado por sua mãe a usar vestidos e roupas femininas em momentos sociais como festas ou ir à igreja.  

Elliot também fala como era sua relação com a mãe e como ela o deixava confortável para ser quem era quando estavam sozinhos, mas ao mesmo tempo havia um medo por parte dela sobre como as pessoas o tratariam do lado de fora, então de alguma forma ela tentava reprimir isso quando eles estavam com outras pessoas.  

A frustração sobre seu corpo e como as pessoas falavam com Page o perseguia desde a infância como quando ele dá o seu primeiro beijo em um menino e é chamado de “viadinho” por outros meninos que tentam agredir os dois. Nessa época, o artista ainda não passado pelo processo de transição, mas não adiantou nada, eles só conseguiram escapar porque correram até a casa de uma antiga babá de Elliot que o ajudou.  

Mas tudo muda drasticamente com o lançamento de Juno, filme que daria o grande sucesso a Page e o colocaria em todos os holofotes. É quando os boatos sobre a sua sexualidade tomam os jornais e sua vida pessoal é exposta para todos de uma forma cruel e sensacionalista.  

A primeira matéria foi escrita por Michael Musto para o The Village Voice incita as pessoas a fazerem um bolão sobre a sexualidade do artista o que fez Page se sentir muito mal e apavorado sobre a situação. Ele também era forçado a usar vestidos e maquiagem em premiações e festas de lançamentos do filme para transmitir uma imagem mais feminina o que desagradava muito o ator.  

Opinião da redação

O livro descreve momentos bem desconfortáveis e difíceis de Elliot tendo que se descobrir e aceitar, o que se tornou algo solitário, enquanto era um dos atores mais famosos de Hollywood. Mas também é possível se conectar com sua história e ver que não estamos sozinhos quando se fala em se sentir desconfortável em seu próprio corpo e tentar ser aceito socialmente. É uma libertação ver uma pessoa tão influente como Page falar abertamente sobre esses temas e como ele se tornou ativo nas causas LGBTQIA+ dando voz para tantas crianças que ainda são obrigados a usar roupas que não os identificam ou sendo proibidos de amar quem eles amam por medo de apanhar na rua ou de não ser aceito por sua família.  

Mesmo sendo uma biografia, ela não narra de forma cronológica as histórias ou dá todos os detalhes da vida de Elliot, como ela acaba sendo focada em sua sexualidade e gênero e como tudo o levava a perceber que ele sempre foi um homem trans, mas pela pressão, tentou muitas vezes suprimir isso. O ator conta de uma forma delicada e vulnerável como ele se sentia durante esses momentos e é como se quem estivesse lendo também sentisse a mesma coisa.  

Em alguns momentos me batia a curiosidade em saber como uma história acabava, ou sobre algum relacionamento dele, mas entendo que não cabia ao tema do livro dar esses detalhes. 

A ator fala que ele buscou no fundo de sua mente todos esses momentos e sensações para descrever com detalhes o que aconteceu, mas quando sua memória o deixava na mão, ele entrevistou outras pessoas para ajudá-lo e enriquecer a história.  

Ele também fala logo no começo sobre a importância da luta trans: “O movimento para libertação de pessoas trans afeta a todos nós. Todo mundo passa por euforia e opressão de gênero de maneiras diferentes”. 

Eu sou uma mulher cis e bissexual e passei por muitos momentos de preconceito e dificuldade em me aceitar no meu próprio corpo ou por não me encaixar em um padrão social, também sempre fui gorda. Sei que não é a mesma experiência, mas por alguns momentos eu consegui me encaixar na narração de Elliot e lembrar de algo que aconteceu comigo.  

Por isso a sigla LGBTQIA+ é tão grande, pois ela aborda todos nós que somos diferentes em vários fatores, mas nos unimos pela busca de aceitação e liberdade de sermos realmente e verdadeiramente quem somos.  

Muitas vezes a luta trans acaba sendo silenciada até por pessoas da comunidade. Hoje vemos a situação dolorosa que os Estados Unidos está passando na criação de leis que tiram os direitos das pessoas e, principalmente das crianças trans.  

É por isso que um livro como o de Elliot Page se torna muito mais do que apenas uma biografia, ele é um símbolo de luta, orgulho e aceitação para todos que estão lendo. 

Pageboy: Memórias de Elliot Page é um livro sensível, emocionante e necessário que traz uma nova visão de uma pessoa trans: a de dentro, íntima e pessoal. Por isso ele vai levar cinco Best Sellers para casa.  

Você curtiu saber um pouco mais sobre Pageboy? Então continue nos acompanhando através do site e do Instagram para mais conteúdos como este.

Para ficar por dentro de tudo sobre o universo dos famosos e do entretenimento siga o Le Ferrarez no Instagram.

Publicidade

** A opinião expressa neste texto não é necessariamente a mesma deste site de notícias.

** A reprodução deste conteúdo é estritamente proibida sem autorização prévia.

Continue Lendo

Mais Lidas

© Todos os direitos reservados