Leleu | As Garotas: até onde vai o fanatismo - Le Ferrarez
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Leleu | As Garotas: até onde vai o fanatismo

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Brutalmente centrado em falar sobre o fanatismo amoroso, As Garotas tira nossas noites de sono

O livro As Garotas tem ares de fanatismo amoroso, amadurecimento e muita tensão emocional. Tudo isso vivido na pele de Evie.

Já uma senhora, Evie Boyd se encontra com o destino da pior forma possível: o filho do seu amigo entra na casa em que ela está dormindo, de favor, junto com a namorada no meio da madrugada. E, revivendo um medo passado, ela sente que seu fim está próximo. Mas isso só até perceber que o rapaz é inofensivo.

Quando jovem, no fim da década de 1960, Evie fez parte de uma comunidade hippie que mais se parecia com uma seita. Mesmo que na época ela não soubesse disso.

Com uma narrativa dividida em partes, a obra reconta a época em que Evie quase fez parte de uma chacina sem precedentes, tudo contado pela sua própria óptica.

Personagens

Capa do livro As Garotas

Foto: divulgação/Amazon

Muito bem escritos e elaborados, cada um dos personagens foram feitos para criar uma tensão assustadora a cada página virada.

Explícito sobre a chacina causada pela seita que Evie fez parte, e ainda mais macabro quando sentido na pele, o romance apresenta uma devoção que beira o fanatismo. E diferente do esperado, não é fanatismo de Evie pelo líder da seita, mas sim dela pela principal seguidora do líder.

O caso Tate-LaBianca

Sharon Tate posa para a foto

Foto: divulgação

Completamente inspirado nos acontecimentos do caso Tate-LaBianca, As Garotas insere uma visão ainda mais tenebrosa sobre figuras como Charles Manson.

O imaginário coletivo, ainda completamente traumatizado com o caso da família Manson, se vê diante de um dilema bizarro nessa obra: questionar as ações de Evie e seu objeto de adoração, ou simplesmente entender que todos estamos vulneráveis a situações do gênero. 

Opinião da Redação

O livro, lançado pela Intrínseca aqui no Brasil, tem questionamentos importantes sobre amadurecimento, feminismo e fanatismo religioso, assim como debate a importância da família e a visão de mundo que cada um desenvolve de acordo com suas experiências.

O caso macabro de Tate-LaBianca ter sido inspiração direta para o livro pode até nos fazer repensar a aposta, mas no fim a obra vale a pena. Especialmente porque o crime, que conta com uma chacina cheia de requintes de maldade, não é o foco principal da obra.

Emma Cline foi mestra em escrever tão bem sobre até onde as pessoas são capazes de ir por amores cegos e fanatismos. Ainda mais quando pensamos nos cenários políticos atuais. Nenhum tipo de fanatismo é bom, mas quanto mais cenas de terror e assassinatos acontecem ao nosso redor, mais ficamos cientes de que, talvez, Evie poderia ser uma vizinha nossa. Daquelas com passado obscuro e sigiloso.

A obra é boa, tem profundidade e questionamentos, e faz paralelos importantes sobre o papel da mulher na sociedade e sobre a insanidade de homens apaixonados pelo poder. Amamos muito livros questionadores!

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Foto de capa: divulgação

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