Sergio Guizé comove ao anunciar a morte do pai: '78 dias no hospital' - Le Ferrarez
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Sergio Guizé comove ao anunciar a morte do pai: ’78 dias no hospital’

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O ator Sergio Guizé anunciou a morte do seu pai após longa internação e disse que passou a última noite de vida do pai ao lado dele

O ator Sergio Guizé está de luto. No dia 1º de março, o pai dele, Salvador Parra Guizé, faleceu em um hospital. O artista contou que o pai teve alguns problemas de saúde nos últimos tempos e que o deixaram internado por quase 80 dias.

Nas redes sociais, o artista falou sobre a dor da despedida, a morte do pai, o velório e as memórias que ficam. “O dia primeiro de março de 2024 foi uma experiencia muito dolorosa, mas ao mesmo tempo transformadora. Fiquei tão impactado com o choque e a surpresa daqueles minutos, que só consegui escrever pra me expressar um pouco hoje, mas isso ainda vai longe…Reflito, sei lá gente, muitas imagens, conversas boas e tranquilas, sons de máquinas e furia pra continuar respirando nesses dias de provações. Eu que sempre presto aqui homenagens pra pessoas que admiro e que as vezes nem tenho proximidade, mas que foram pessoas que mudaram a minha vida e principalmente a do coletivo… Como não escrever pra ele? Esse trabalhador que se aposentou como motorista do transporte público e coletivo, que continuou trabalhando pra criar “nóis tudo” com muita luta e dificuldade, mas com orgulho e serenidade”, disse ele.

O artista relatou o longo período de internação do pai até a sua morte. “Depois de uma batalha insana de 78 dias no hospital, 5 pontes de safena, choque séptico, coma, hemodiálise, trombose, pneumonia, parada cardíaca, entubação, extubação, vitória, vitórias…Traqueostomia, infecção, novos cortes, feridas abertas, outras cicatrizando, abriu de novo, emergência, U.T.I, mais remédios, fluidos de dor e muita esperança. Vencemos mais uma vez, voltou a se mexer, comer, falar, se movimentar… Por fim, um vomito as 5:30 da manhã, algumas frases “estranhas”, bronco aspiração e mais paradas cardiorrespiratórias. Como nos ensina Santo Agostinho, “a morte não é nada, eu somente passei para o outro lado do caminho”. Nosso querido pai fez sua passagem, mas segue com a gente, só que agora do outro lado do caminho. Meu pai é eterno, ele vai viver pra sempre e continua aqui, está em mim, na minha mãe, no meu irmão guerreiro, que não saiu do lado dele desde o começo, nas minhas irmãs, nos seus netos, nas suas noras, nos nossos parentes e amigos todos que tiveram a oportunidade de conviver de perto com esse cara incrível…“, relembrou.

Então, ele contou que passou a última noite de vida do pai ao lado dele. “E eu vi tudo, pude dormir com ele essa última noite. Não sei se fiz como deveria, mas tudo que fiz foi com o meu coração e com todo o amor do mundo. Que difícil, quanto vazio, dor e tristeza fica aqui com a gente, mas me conforta pensar que as dores dele finalmente passaram. Que ele está livre de todo sofrimento. Que suas feridas abertas e costuradas já não incomodam mais. Meu pai partiu e ali começou um novo ciclo da escola da vida pra mim, chegou como uma canelada num jogo de futebol, doída. Uma rasteira da vida. A dor que vem em ciclos, é dor em potes, tem alguns que não posso mexer ainda, pois gritaria, como na partida de futebol. E por falar nisso, faltou mencionar a paixão pelo nosso Coringão. Esse também é outro capítulo importante, que faz parte do seu legado e do seu jeitão. Que emocionante foi ouvir os relatos de amigos e familiares das suas experiências com esse homem bondoso, humilde, engraçado, honesto e brabo, muito brabo mesmo. Ele falava sobre tudo, sempre tentando ser o mais justo e verdadeiro possível, doa a quem doer. Ainda mais nesses dias que passou acamado… Seu Salvador deixa saudades, seu sorriso, sua risada, o cochilo de Espanhol, os bração forte, a mancadinha característica do motora das antigas…E silêncio“, declarou.

Por fim, ele desabafou sobre a saudade que já está sentindo e falou sobr eo velório. “Que saudades, cara… Bom, voltei pra casa pra buscar roupas pro velório e dou de cara com um pássaro grande, escuro, bonito e pensei que devia ser meu pai, me dando alguma letra. Depois vi umas borboletas coloridas e pensei ser ele voando com seu irmão, seus pais e sua irmã que também se foi recentemente. Abro as janelas, após um tempo de trabalho e hospital e me invadem os olhos a beleza das novas flores da roseira que nunca tinha desabrochado. Um vermelho escuro, coisa mais linda. Mas o tempo tava feio, um ventão, nuvens formando animais, deve ser a limpeza divina e tals… Em seguida, outro pássaro. Pequeno, tipo um beija flor. Aí não aguentei e falei em voz alta comigo mesmo: Porra Guizé, para meu. Para! Você mora em uma chácara!!! O que mais tem aqui é bicho voando e pra você ele sempre vai estar em tudo, em todos os lugares e momentos. Das teclas dos seus teclados, que por sinal, o fazia respirar com mais força. Aos países que ele nunca teve a oportunidade de conhecer. Seu velório que aconteceu no ABC tava lotado, com muita vibração positiva, amor, saudade, histórias e alguns momentos aleatórios… Quero aproveitar pra agradecer a presença da família e o carinho dos amigos e profissionais da saúde que lutaram junto com a gente… Aquela noite foi a prova de quanta gente te ama, meu velho, sou grato pelos ensinamentos e por sua poderosa existência. Você vive em nós. Vou continuar te honrando e repetindo pra sempre o que você já tá careca de tanto ouvir, todas as vezes que nos encontramos ou despedimos: Bença, Pai. Te amo. Até logo. Paz e Luz. Salvador Parra Guizé – 08/08/1954 – 01/03/2024“, finalizou.

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