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Cinelet | Todos Nós Desconhecidos: Novo filme com Andrew Scott aborda uma diferente forma de lidar com nossas dores

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O filme Todos Nós Desconhecidos estreia no Brasil no dia 07 de março, mas já há uma grande repercussão sobre o seu roteiro e como o filme se desenvolve

Todos Nós Desconhecidos conta a história de Adam (Andrew Scott) que vive sozinho em um novo prédio e trabalha como roteirista. Até o momento em que ele conhece Harry (Paul Mescal), um jovem e peculiar vizinho. Eles começam a ter um romance, mas mistérios a volta de Adam e seus traumas após a perda dos pais, acabam interferindo nesse relacionamento.

Opinião da Redação:

O filme só será lançado no dia 07 de março, mas eu não vejo uma forma de contar a minha visão da história sem soltar alguns spoilers. Então fica aqui o meu aviso. Se você não quiser saber o que acontece, leia essa matéria depois do dia 07.

Contém Spoilers

A trama gira em torno de Adam, um roteirista que mora sozinho em um prédio novo que ainda não tem moradores. Seu único vizinho é Harry, um jovem e atraente rapaz que em um dia difícil, acaba indo atrás de Adam em busca de companhia. Porém o escritor acaba negando falar com Harry que volta embora sozinho.

Já é perceptível como a vida de Adam é solitária, isso é muito visível até como as filmagens são feitas, mais fechadas, mostrando apenas um pedaço da cena. Isso entrega uma forma mais intimista à história. E apresenta muito a visão de Adam das coisas a sua volta.

Quando ele reencontra Harry, o escritor decide dar uma chance para o vizinho e o chama para beber. A partir disso, eles começam a se ver mais vezes. No momento que os dois estão juntos, eles conversam mais sobre Adam e sua vida do que sobre Harry. A história do vizinho acaba sendo um mistério para nós.

Uma outra parte da vida solitária do protagonista é o fato dele ter perdido seus pais com 11 anos de idade em um acidente de carro. Porém, logo no começo do filme, Adam viaja para uma cidade perto de Londres e se encontra com seus pais que usam roupas dos anos 80 e aparentam não ter mais de 30 anos. É a hora que a gente não entende muito o que está acontecendo. Seus pais estão vivos? Eles são da imaginação de Adam? É um experimento científico?

O personagem acaba voltando algumas vezes para visitar os pais e conta para eles coisas da sua vida, como a sua profissão, quando ele foi embora morar com a avó e a sua sexualidade. Na hora que Adam conta para a mãe que é gay, ela acaba reagindo de forma retrógrada e tem dificuldade em entender que as coisas estão diferentes hoje em dia. Já com o pai, o escritor tem um momento emocionante em que o pai acaba pedindo perdão para o filho porque o ouvia chorar quando criança, dentro do quarto, mas não ia até lá para confortá-lo.

O contato com os pais e o novo relacionamento com Harry acaba dando um repaginada na vida de Adam que se mostra mais confiante e com vontade de viver. Ele conta para o vizinho que sente um vazio, como se fosse uma bola em seu peito, que não o permite de continuar vivendo. Ele acaba passando os dias através de seus traumas e dores, sem conseguir seguir em frente.

Mais próximo do fim, seus pais percebem que não está fazendo bem para ele ter esse contato e pedem para Adam ir embora. Ele passa um momento muito emocionante com eles tendo a oportunidade de se despedir e dar um fim àquele episódio traumático que ele viveu.
Na volta para casa, ele descobre que Harry também estava morto esse tempo todo e uma cena bem impactante no filme acontece em que o vizinho percebe o que está acontecendo. Fica na responsabilidade de Adam confortá-lo e tirá-lo dali.

Eu acabei ficando um pouco frustrada pela história não ter uma explicação sólida sobre como Adam via aquelas pessoas mortas. Porém, eu entendo que essa não era a proposta do filme. Ele ter contato com essas pessoas era uma forma dele lidar com seus traumas do passado, como a perda dos pais e como ele não teve a chance de viver certos momentos com eles como, por exemplo, contar para os pais que ele era gay.

Entretanto, com Harry, foi uma forma dele se abrir novamente para conhecer novas pessoas e ver que ele precisava sair daquela reclusão que se encontrava. Foi a forma de Adam lidar com os seus sentimentos e se preparar para seguir em frente.

No geral, o filme traz uma mensagem muito bonita e reflexiva sobre como tudo que acontece na nossa vida tem consequências sobre nós e como devemos lidar com nossas dores e traumas.

Vale também ressaltar a atuação de Andrew Scott e Paul Mescal que tiveram uma excelente química na composição do relacionamento deles e uma interpretação impecável nas cenas mais difíceis.

A fotografia do filme também é uma qualidade a parte que entrega muito o sentimento de solidão de Adam e o intimismo que o filme que mostrar. É como se estivéssemos ali com eles.

Todos Nós Desconhecidos tem roteiro e direção de Andrew Haigh e é inspirado no filme do escritor japonês Taichi Yamada.

Esse, com certeza, é um filme que te fará refletir por muito tempo sobre vários temas. Por isso, ele levará quatro saquinnhos de pipoca:

saquinhos de pipoca

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Foto de capa: divulgação

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